quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

CONHEÇA O PRÓXIMO LANÇAMENTO #DARKLOVE DE KIMBERLY BRADLEY

Muitas guerras começam dentro de nós.

Este é um daqueles romances que você lê com um nó no peito, sorrisos no rosto e lágrimas nos olhos entre um parágrafo e outro. Uma obra sobre as muitas batalhas que precisamos vencer para conquistar um lugar no mundo.

Combinando a ternura de Em Algum Lugar Nas Estrelas, outro título da coleção DarkLove, com a realidade angustiante de O Diário de Anne Frank, A GUERRA QUE SALVOU A MINHA VIDA apresenta uma perspectiva da Segunda Guerra Mundial vista pelos olhos de uma menina que se transforma em refugiada no seu próprio país. Mais uma oportunidade perfeita para emocionar corações de todas as idades e relembrar os valores do companheirismo e da amizade em todos os momentos da nossa vida. 


Se quiser conhecer melhor a autora, a Kimberly vai participar de uma live especial no canal da Bruna Miranda hoje (22-fev) às 21h. Clique neste link para não perder a transmissão.

Compartilhe a novidade com seus Amigos!


Eu quero!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Precisa-se de padrinhos para o nosso projeto!

Projeto: 2017
Você não pode deixar de ler!
Com Lindaiá Campos




Olá Pessoal como vai?
Espero que bem!


Estamos a procura de padrinhos, para colaborar e ajudar-nos a tirar nosso projeto do papel.

Conheçam mais sobre ele:



Subtítulos: 

Quanto aos sub temas iram variar de acordo com o tema abordado no momento.

Duração do projeto:

O tempo de duração do projeto irá variar de acordo com a atividade proposta no momento. Por exemplo, a ideia é passar determinados períodos dos fins de semana em localidades diferentes. Levando diversas atividades tanto para as crianças como para os pais também, tenho notado que a maioria dos projetos de incentivo à leitura, além de serem realizados em escolas, são direcionadas especificamente quase sempre para as crianças.

A duração pode ser em média 4 fins de semanas (um mês) em cada praça.
Mais e os adultos? Os pais desses alunos, dessas crianças? Acredito que incentivando os pais, dando-lhes oportunidade de aprendizado de uma maneira fácil, lúdica, e até mesmo porque não infantil, estará ajudando diretamente não só as crianças, como também os seus filhos, estreitando laços, causando orgulho mutuo, a cada avanço feito entre ambos.

Justificativas:
Muito mais um objetivo do que uma justificativa, a mesma é de incentivar a leitura, juntos percorrermos um caminho de descobertas nesse mundo imaginário, maravilhoso que sempre nos deixa algo a refletir, aprender, ensinar.

Objetivos:
A ideia é que ao final de cada oficina, fique um sentimento eterno no coração deles, não somente nas crianças, que enquanto estão nas escolas, participam de tudo, mais ao sair, muitas vezes a sua família não possui condições favoráveis e até mesmo uma base cultural, intelectual para manter, estimular isso. Quero plantar a sementinha da cultura em cada coração menos favorecido de Salvador. Quero dar a chance de crianças que frequentam o ensino público, no qual muitas vezes não possui as condições necessárias para dar a elas a chance de um conhecimento a mais. Quero dar aos pais que por eventualidades e divergências da vida, as vezes não pode estudar, tendo que começar desde muito cedo ajudar suas famílias, faltando-lhe oportunidade de poder viajar nesse lindo mundo que é a literatura.
Desenvolver mesmo que alguns de maneira tardia, técnicas e hábitos necessários para um bom aprendizado, aproveitamento e até mesmo no caso dos mesmos, porque não uma virada de vida?
Tenho o objetivo de formar uma biblioteca móvel, levando todo o encanto da leitura por onde passarmos.

Objetivos específicos:

Inserir a prática e a importância da leitura nas famílias;
Colocar todos em contato com os mais variados livros;
Desenvolver a linguagem verbal;
Resgatar a atenção da família com a criança e para consigo mesma;
Motivar as pessoas a querer ler;
Desenvolver a paixão pelos livros;
Promover uma aproximação entre escola, criança, família;
Atender uma possível demanda de leitores apaixonados pelo ato de ler que podem surgir;

Culminância:

Sem dúvida será a finalização do projeto, com brindes, sacola do projeto, apresentações de teatro, de mágica (a depender do livro proposto), desenhos, resenhas literárias, histórias, sorteios (a ideia é conseguir alguns livros e mimos literários ou quem sabe até mesmo uma bolsa de algum curso a fim de que não seja apagada essa nova chama acesa), pintura, oficinas, entre outros, como mencionei anteriormente, irá depender do tema (livro proposto naquele período).






Metodologia:
Será de maneira, simples, prática, objetiva de fácil entendimento, lúdica, nada daquele tradicionalismo que encontramos todos os dias na escola. A ideia é de que sejam tardes, agradáveis, divertidas e ao mesmo tempo de aquisições de conhecimentos.

Avaliação:

Nossa avaliação será inteiramente qualitativa. Observando cada qual de acordo com sua participação, interesse nas atividades propostas, participação, interação, socialização com os colegas, com a família, conosco e principalmente com a literatura em si. Resumindo: ter a certeza de que uma sementinha fora deixada ali.
Pretendemos distribuir também, um questionário de avaliação e sugestões, a fim de se ter uma estatística sólida do progresso de nosso projeto.


Atividades:

Bom primeiramente gostaria de começar entre tantos temas que possuo, com o livro O Circo Mecânico Tressalti para os pais e O circo da Aranha para as crianças. A ideia é criar um cenário circense, e embarcar nessa viagem com eles, com atividades como mágica, pinturas, dinâmicas de grupos, resenhas literárias sobre ambos, despertando assim a curiosidade dos mesmos a adquirir o livro para ler. Fazer uma peça de teatro para falar sobre o livro infantil, fazendo a criança se transportar para esse lindo mundo do circo.
A ideia também é fazer um kit literário para todos, uma sacola do projeto com atividades para as crianças executarem com os pais, além das que serão feitas lá, lanche, água, sorteios de brindes ou até mesmo bolsas de estudos (depende do patrocínio), poderia ser por exemplo cursos para os pais de empreendedores, profissionalizantes, assim como alguma atividade para seus filhos.
Sorteia alguns exemplares entre eles, tanto o infantil como o adulto, além de possuir alguns em nossa biblioteca para empréstimo enquanto tivermos alojados lá. Mesmo que o nosso tempo termine e muitos não consigam terminar de ler. Ficará a semente da curiosidade em terminar aquela incrível história.
Conseguindo patrocínio podemos doar uma certa quantidade de livros, o que seria ótimo na respectiva comunidade, fazendo com que um acabando de ler passasse para outro, assim sucessivamente. Faríamos uma espécie de Turner, pelas praças de Salvador e quem sabe futuramente até mesmo em algumas cidades vizinhas. A cada mês um novo livro, um novo tema.
No blog possui diversos quadros, nos dando bastante diversificações para disseminar
Objetivamos também promover oficinas, no caso do tema do circo, uma de brinquedos recicláveis (eles descobriram que isso tem muito a ver com os personagens do livro em questão).

Fardamento:

O fardamento será da seguinte maneira:

Um macacão jeans com o nome do projeto no bolso da frente e patrocínio no bolso de trás, com alças que descem até a cintura;
Blusa branca lisa;
Meias coloridas ou brancas (a decidir);
Tênis coloridos;
Boné branco com o nome do projeto estampado e patrocínio;
Maquiagem de palhaço;

Formando assim além de uma caracterização própria, também uma padronização com um caráter mais profissional.

Podendo até a depender da quantidade, sortear ou comercializar alguns livros, bonés. A definir.

Obs.: precisamos de patrocínio para isso.
E Penso em lançar campanhas de doações de livros para o projeto.

 

O Você não pode deixar de ler, possui um site, blog, canal de Youtube, TWitter, sendo muito visitado por pessoas de diversos estados diferentes, ainda pouco disseminado na cidade a qual foi criada e que é de seu inteiro interesse interagir, que a Bahia.

Deixarei aqui o link do mesmo a nível de conhecimento:

Telefone: 71 98647-8619


Quem tiver interesse em nos ajudar, contribuindo com $5,00 ou o que poder dar, que que o nosso projeto não morra e cresça a cada dia é só depositar:

Caixa Econômica 
Ag: 0618 op: 023
Cc: 5086-4

Lindaiá de Jesus Campos

E se você não poder realizar esse feito, mais poder colaborar e quiser de uma outra maneira é só entrar em contato conosco !


Precisamos de patrocínio para montagem da estrutura, figurinos, fardamentos e tudo mais que for necessário e é claro, os livros, para que esse projeto seja enfim, retirado do papel.
De onde saiu esse, existem muito mais.

Espero que possamos formar uma longínqua e duradora parceria.

“Se você não gosta de ler é porque ainda não escolheu o livro certo”.

Lindaiá Campos

#vcnpdeixardeler

Conto: Anya Sem Saída?



Era uma tarde dessas de verão, gostosas e quentes, perfeitas para um clube ou para o que Anya mais gostava: praia.  Mas a grana era curta, ficaria para uma próxima oportunidade.
Telefone toca
- Amiga ta fazendo o que?
Em casa, lendo.
- Aff! Sai um pouco de casa, se liberta, sua vida e trabalho, casa, livros e o Juan. Precisa sair mais, que tal passar aqui em casa? Pelo menos assim poderemos pôr o papo em dia, só falo com você pelo telefone, quero te ver!
Ok Tati. - Anya desliga o telefone.
Tati era uma velha amiga de escola, Anya sempre gostou de cultivar suas verdadeiras amizades, mais a correria do dia-a-dia e sua quase obsessão em Juan possui-la, estavam ocupando tudo.
Isso mesmo. Dois anos se passaram desde o primeiro beijo e Juan e Anya ainda não tiveram nada mais do que beijos quentes, chupadas feitas somente por ela e só. Ela não estava mais suportando isso.
Com o passar do tempo aquela tímida garota foi perdendo espaço para uma nova, mas extrovertida, corajosa, sexy, enfim, mais mulher.
Todos a desejavam, tentavam se aproximar de qualquer maneira, mais ela permanecia cega, alheia a tudo e todos, mais ainda assim Anya exalava mesmo que sem notar muita sensualidade.
Oi!!!!! Até que enfim, achei que não viria Anya.
Desculpe estava terminando o capítulo do livro, odeio parar no meio.
Aff! Que saco Juan! O que você veio fazer aqui? Você não pode ver a Anya passar que vem logo atrapalhar? E sua esposa?
Sei lá, deve estar por ai, que tal mudarmos de assunto?
Olá Anya, como vai? Tudo em paz?
Sim...responde ela sem jeito, mais completamente excitada só de ouvir a voz dele próximo ao seu ouvido.
Venham vamos assistir a um filme e Juan já que está aqui, você faz a pipoca enquanto eu e Anya fofocamos, por que nós merecemos.
Tudo bem. Sai Juan com um sorriso maroto piscando para Anya, ela adorava isso.
E ai amiga me conta as novidades, como você está, sumiu, mais pela sua cara está ótima, linda, mais bonita do que nunca!
Sei o nome disso…não me esconda nada!
Então, como foi depois de tanto tempo está na cama com um homem?
Apesar de achar errado você permitir essa situação, sou sua amiga portanto conta logo.
Não rolou...Tati, ainda.
Como????
Não acredito Anya! São dois anos, o que diabos está faltando?
Não sei! Acho que oportunidade.
Com o tempo perdi a vergonha, passei a mostrar meus desejos, vontades, chamo ele, me dou, mais Juan e um homem muito ocupado, nunca pode, nossos horários nunca se encontram e isso me frustra demais, apesar de compreender.
Entender Anya? Entender o que? O que tem para entender?
Você passa dois anos completamente a mercê de um cara que não faz o nenhum esforço de ir para cama com você?
E você já com 27 anos e o tic tac batendo a sua porta, está fazendo papel de idiota para um imbecil desse?
A tá. Se for isso, então eu entendi.
Só não entendi porque você está permitindo isso. Você quer ir para cama com esse homem ou não?
Claro que sim…mais...
Não tem meio mais, Anya levante-se agora mesmo desse sofá e vá resolver este problema. E não volte aqui sem está no mínimo extasiada, entendeu?
Juan!!! Vou aqui comprar algo e já volto, comportem-se meninos e piscando o olho para Anya, Tati saiu porta a fora sem hora para voltar.
Juan já acabara a pipoca e logo em seguida, veio sentar-se ao lado de Anya.
Anya vestia uma saia azul de renda no meio das coxas, grossas, bronzeadas e com os pelos tingidos de loiro, sua blusa era preta, sem alça, colada no corpo desenhando bem os seus seios e um decote de atrair qualquer olhar. Era sem dúvida, uma linda mulher.
Juan era louco por Anya, não conseguia ficar longe dela, a desejava muito, mais sentia como se não tivesse o direito a isso. Não pelo fato de ser casado já que isso nada mais foi que uma atitude imatura e precipitada e agora ele não conseguia sair disso, não queria magoar a sua esposa.
O fato e que apesar da sensualidade natural gritante de Anya ser explícita, havia uma coisa que gritava muito mais: a sua inocência.
Juan sabia que Anya não era como as outras e era isso que a tornava tão especial para ele, achava que não poderia perder isso.
Ele vivia num eterno conflito, possui-la ou não?
Ele a torturava com essa indecisão e nem ao menos se dava conta disso.
Mais Anya não suportava mais esperar e dessa vez ela deu o primeiro passo.
Começou a pegar a pipoca e colocar na boca, chupando sensualmente o dedo e olhando para ele. Juan colocou seu órgão para fora e ela não hesitou em colocá-lo na boca, foi como uma criança que acabara de ganhar um delicioso pirulito.
Depois sentou no colo dele e começou a beijá-lo enquanto Juan desenhava cada parte de seu corpo e ao mesmo tempo sussurrando: fica quieta.
E dizendo não ela desceu a blusa deixando os seios a mostra, lindos, com um magnifico sinal, uma manchinha bem ao lado do mamilo.
Juan contornava encantado essa mancha, meu Deus você e linda, linda.
Ambos subiram para laje, no caminho Juan viu algo que o fez sentir vontade de brincar. Anya sempre amou esse seu lado criativo.
Enquanto subia Anya parou assustada com uma pequena pancada na sua mão direita ao olhar: Juan tinha posto uma algema nela e prendido nele.
Era uma daqueles artigos de sexy Shop ela reconheceu na hora pelas plumas e também pelo fato de vender esses artefatos, quantas vezes desejou usá-las?  Seu sonho parecia se tornar realidade.
Ambos caíram no chão sem se importar com a poeira, com o risco de Tati voltar, nada. Juan começou a chupar os seios de Anya de maneira faminta e foi descendo e começou a puxar sua calcinha com a boca porém a algema impediu de ir muito longe e Anya o ajudou a tirar.
Ela estava completamente enlouquecida já se extasiando antes mesmo dele lhe penetrar, quão era o seu desejo por esse homem.
Juan beijava, lambia, mordia, bebia seu líquido de maneira intensa e ao mesmo tempo carinhosa e sem pressa. Como desejava aquela mulher desde o primeiro dia em que a vira, como lutou contra esse momento e como foi se rendendo a ele aos poucos não queria que aquele momento acabasse.
De repente gritos: - Juan!!!! Juan!!!!
Abra aqui, sei que está ai, viram quando você entrou na casa de minha tia!!!!  Juan!!!!!! - Gritava sua esposa.
Anya e Juan levaram alguns minutos para perceber o que e quem estava la fora, estavam em preliminares intensas já prestes a tao desejada penetração, Anya queria demais senti-o dentro dela em um vai e vem infinito. Mais quem sabe da próxima vez?
Quando se deram conta dos gritos se assustaram, mas antes de Juan tirar as algemas e se recompor, ainda roçou o seu órgão no de Anya repetidas vezes passando pelo seu clitóris a fazendo gozar mais uma vez e passou a sua língua a fim de sentir um último gosto e a beijou apertando-o contra si intensamente.
Ao ir retirar as algemas, uma surpresa: ambas estavam travadas.
E começou-se então uma corrida desesperada para se libertarem: faca, e a mulher gritando lá fora, misse, e a mulher gritando lá fora, chave de fenda, e a mulher gritando e batendo com imensa força no portão lá fora, e os dois riam e choravam ao mesmo tempo, se beijavam e partiam para uma nova tentativa de retirar as malditas algemas.
Manteiga, escorregadio porem não funciona, martelo, dolorido demais...e a mulher continuava a gritar.
Até que Anya observou que era apenas um pino fora do lugar, pegou um palito de fósforos, colocou sobre o pino conseguindo assim destravar as algemas abrindo-as.
Para suas totais sortes, Tati chegará e estava nesse momento esbravejando com a esposa de Juan o escândalo feito na sua porta.

O que dera tempo suficiente para ambos se recomporem, pularem a laje da vizinha.

Lindaiá Campos

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Poesia: Você decide

Eu não sei o que eu to fazendo
Mais
Sinto, tenho que fazer
Aquela tarde que te conheci
Sei que nunca vou esquecer
Momentos passaram-se
Sem que fossem perfeitos.

Algo faltava
Ela não sabia o que
Estava ocupada demais tentando ser feliz.

Esperando
Esperando
Esperando
Algo que talvez
Nunca viria.

Brigas
Discussões
Ciúmes
Silencio
Indiferença
Desconfiança
Imaturidade talvez?

Ela não sabe
Está ocupada demais
Tentando outra vez

Tempo perdido
Ilusões desfeitas
A solidão
Antes temida
Desconhecida
Hoje nada mais é
Do que velha amiga

Você chega em casa
Aconchega-se ao canto predileto
Solidão é sua única companhia
Além do burburinho infantil
No quarto ao lado.

Solidão?
Abandono?
Paz?


Você decide.

Poesia: Felicidade



Será?
Ainda sim
Falta algo.

Um beijo
Abraço
Carinho
Uma flor.

Felicidade

Será?
Amigo
Companheiro
Parceiro

Felicidade

Será?

Olhos nos olhos
Beijos calientes
Apaixonados
Encaixe perfeito
De nós dois


Não sei
Continuo a não enxergar
O que se encontra
Bem diante do nariz.



terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Poesia: Bem-me-quer – Mal-me-quer



Quem eu quis
Não me quis
Quem me quis
Eu não quis
Quando eu quis
Quem me quis
Quem me quis
Não me quis mais


Simples assim.

Lindaiá Campos

Poesia: Tempo


O tempo não para no porto
Não apita na curva
Não espera ninguém

O medo de sofrer correndo nas veias
Deixando tanta coisa para trás
E a gente ficou de mãos cheias
Com coisas que nem valem mais.

E fica com gosto de usado
Naquilo que nem se provou

A gente dormiu acordada

E o tempo depressa passou.

Lindaiá Campos

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

O Parabenizando de hoje vai: Para Julio Verne, o pai da ficção cientifica, inventor do futuro.


Em praticamente uma centena de livros ao todo, o inventor do futuro antecipou as conquistas tecnológicas do século XX em histórias de suspense e aventura.
1983. Correspondentes dos principais jornais europeus e dos Estados Unidos em Paris relatam a aventura do explorador Phileas Fogg em sua viagem ao redor do mundo. Cada etapa é atentamente acompanhada por milhares de leitores. Acontece que, Phileas Fogg não passa de um nada mais, nada menos que, mais um dos personagens criados pela mente brilhante do escritor francês Júlio Verne, no auge da fama. O livro A volta ao mundo em 80 dias, foi publicado como folhetim, no jornal parisiense de Le Temps.

No final da história, sensação de decepção: o protagonista depois de inúmeras peripécias, havia levado 81 dias para completar seu percurso, perdendo obviamente as 20 mil libras que apostara com os companheiros do Reform Club, em Londres. Porém, para surpresa dos jornais, assim como do público que incessantemente acompanhava essa incrível jornada, o dia em que Fogg retorna a Inglaterra, contava a data do que ele imaginava que seria, o dia anterior. Sabe porquê?
Seguinte: ao executar a sua viagem sentido ao Leste, terminou ganhando um dia a mais, já que havia visto o sol nascer 81 vezes, uma a mais do que quem estava em casa. O fenômeno já era conhecido desde 1522, quando os marinheiros da expedição de Fernão Magalhães, perderam um dia de seu calendário, viajando para o Oeste. Está ai, uma boa dica para quem realiza viagens nesse estilo.

É por conta desse conhecimento, entre tantos outros empregados em suas obras, que faz dele, o pai da ficção cientifica. Escreveu histórias que além de prender o leitor com seu suspense, o ritmo da aventura. Como também, antecipam invenções que só apareceriam no século XX, parecia que Verne previa, o futuro. Helicóptero, submarino, o aqualung, a televisão e a conquista do espaço. Histórias verossímeis, incríveis, emocionantes...

Tudo que Verne escrevia parecia viável, mesmo que a explosão cientifica de seu tempo, ainda não fosse o suficiente para produzir as maravilhas tecnológicas das quais ele falava.
Muitos chegaram na época a pensar que ele, o próprio Verne, fosse um personagem fictício e que seus livros eram produzidos por uma equipe de redatores. Em 1985. Dez anos antes de morrer, com uma celebridade de temperamento discreto e hábitos reclusos, Verne chegou a ser visitado, na cidade de Amiens, onde vivia na época, na beira do rio Somme, por um escritor italiano chamado Edmond de Amicis, interessado em saber se o colega francês, realmente existia, ou era só mais um fruto da imaginação de alguém.

Verne era um típico homem de sua época e de sua classe social fisicamente. Membro da burguesia média, vestia-se com ternos em estilo redingote, colarinhos engomados, gravatas de laço e uma infalível bengala. Sua cabeleira espessa lhe dava, ares de compositor; barba e o bigode compactos, expressão respeitável, de homem de bem. Seu trabalho era para ele, um imenso prazer, tão quanto, navegar nos seus iates, Saint-Michel II e III, a bordo revivia o gosto pela aventura que vinha desde a infância.

Em Nantes, cidade localizada na região francesa da Bretanha, onde nasceu no dia 8 de fevereiro de 1828, lá possuía um rio, o Loire, cujas margens ele e seu irmão Paul (um ano mais jovem) gostavam de brincar e conversar com velhos marinheiros, ouvia histórias de países distantes. Essas histórias o fascinaram tanto, que com apenas 11 anos decidiu fugir de casa para ser marujo, conhecer o mundo. Mais não foi muito longe. Pierre Verne, seu pai, advogado de bastante prestigio, conseguiu impedir a ousadia quase consumada, apanhando o garoto na primeira escala do navio, no porto de Paimboeuf. Monsieur Verne, conservador, sonhava em ver os seus dois filhos seguindo a carreira da família, de marujo jamais. Ao pôr as mãos em Júlio, deu-lhe uma inesquecível surra de chicote.

De volta à escola, acabou transferindo a paixão pelo ainda desconhecido, para Geografia. Através dela o aluno se transportava para os países que iam lhe sendo descrevidos, seus cadernos eram completamente cheios de esboços e mapas. Mais o estimulou tanto quanto a visita que fez com o pai às fundições e estaleiros de Indre, próximo a Nantes, onde os novos barcos a vapor estavam sendo construídos.

Na época, já adolescente, ficou totalmente deslumbrado. Não era para menos: as máquinas a vapor eram a grande sensação da época. Símbolos da Revolução Industrial, que começara na Inglaterra no século anterior, elas impulsionariam futuramente, uma série de portentosas transformações na sociedade europeia, em meados do século XIX. Tudo seria possível, de uma hora para outra. Contrário à tudo aquilo no qual os europeus estavam acostumados a conhecer, a ciência vinha a cada dia mais parecendo ter respostas para tudo, respostas se materializavam em máquinas, engrenagens, aparelhos, tornando a vida diária um verdadeiro paraíso se tratando de conforto.

Seu irmão sim, se tornou marinheiro, e Júlio Verne aos 16 anos, apesar da sua paixão pelo rio, sugerindo uma carreira como a do irmão, o interesse pelas máquinas, que o levava para engenharia, no fim, ele foi se preparar para Escola de Direito. Aos 20 anos, ano de 1848, chega a Paris apenas para cumprir um desejo do pai. O país após seis décadas a Resolução Francesa e 27 anos após a morte de Napoleão, vivia conflitos turbulentos, não só políticos, mais sociais.
Em 1848 a Revolução derruba o rei Luís Felipe, que encontrava-se no poder desde 1830, proclamando a Segunda Republica, com Luís Napoleão sendo eleito presidente alguns meses depois. Um golpe restaura a monarquia e o presidente se transforma em Napoleão III, quatro anos mais tarde.

 Apesar dessa breve aula histórica política, não foi isso que seduziu o jovem provinciano de Nantes, mais sim o espirito boêmio e cultural de Paris, onde reinavam figuras como os escritores Victor Hugo e Alexandre Dumas. Jean Jules Verne, na visão de seu neto, “era um idealista e um verdadeiro anarquista”. Mais nem mesmo em 1888 quando foi eleito vereador em Amiens, jamais teve militância partidária: ninguém conseguiu entender e nem explicar por que seu nome foi presentado pela extrema esquerda.

Foi convidado, ainda jovem e estudante de direito, a conhecer o castelo de Alexandre Dumas, em Saint-Germain. Fica impressionado pelo uso que o autor de Os três mosqueteiros faz, dos temas históricos, criando uma novela ou peça teatral. A partir daí, começa a fazer planos literários. Uma peça de Verne, Les pailles rompues, (“Contratos anulados”), é encenada em 1850, sem muito sucesso. Pelo visto não era esse o caminho para torna-lo famoso. Apesar de formar-se em direito, emprega-se como secretário do Teatro Lírico de 1852 a 1854. Ao mesmo tempo conhece uma viúva com duas filhas, Honorine-Anne de Vianne, com quem se casaria em 1857.
A moça não tinha nenhum interesse pela literatura, gostava era da vida social de Paris, isso sim, para ela o importante era morar bem, vestir-se bem e frequentar as grandes recepções. Tornando-se naturalmente uma presença secundaria na vida do marido. Tiveram um filho, Michel, em 1861.

Logo após o casamento Júlio surpreendentemente se torna durante nove anos corretor na Bolsa de Paris, meio inusitado não? Mais nada disso adiantava, ele simplesmente não tirava da cabeça a ideia do que fazer com a Geografia, o que Dumas fizera com a história: escrever romances e novelas que popularizassem o conhecimento da tecnologia e do mundo. E assim foi, em 1851, através de um pequeno conto, cujo o tema são as viagens marítimas, conhece então o jornalista, fotógrafo e aventureiro Félix Nadar, um entusiasta dos balões. Naquela época Paris vivia uma verdadeira febre pelo balonismo. No campo de Marte, de onde Santos Dumont decolaria com seu 14-bis, eram muitas comuns ascensões diárias de uma enorme diversificação de balões.
Vejam só: Santos Dumont, em pessoa contou certa vez, que inspirou-se na obra de Verne para construir seus aparelhos. Nadar executava as façanhas mais extraordinárias para um fotografo, elas culminaram com o acidente com o Géant, gigantesco balão que levou Nadar, a mulher e mais nove passageiros, para um tumultuado passeio de dezesseis horas. Ao pousar, Nadar quebra as pernas. Tudo isso só aumenta em Verne a paixão pela ideia do que se poderia chamar, o romance da ciência. Ele devora revistas de atualidades, publicações cientificas, absorvendo saber tudo sobre máquinas e invenções. E aos 35 anos, conhece o editor Jules Hetzel. Esse encontro, armado por Nadar, seria decisivo em sua vida.

Tímido e bastante nervoso, quando entregou os primeiros originais, uma aventura a bordo de balões em homenagem ao amigo fotográfico.
O editor depois de ler atentamente o calhamaço, comentou: “Como narração histórica está bom, mas quem quer história? Volte para casa e escreva de novo. Escreva aventuras emocionantes. O povo divertimento, aulas não”. Verne atordoado, ainda assim obedeceu. Duas semanas depois, entrega o texto reescrito a Hetzel. O editor sorriu, satisfeito, era aquilo que desejava: sonho, aventura, enfim, uma leitura que dava prazer.


O livro chamava-se Cinco semanas num balão e descrevia uma aventura na África. Foi um completo sucesso. Verne assinou um contrato, pelo qual se comprometia a escrever dois livros por anos, pelos próximos vinte anos (mais tarde o contrato foi ampliado, para toda a produção futura), ganhando 10 mil francos por livro, uma fortuna na época, que lhe permitiu libertar-se da Bolsa parisiense. Verne cumpriria o contrato rigorosamente durante quarenta anos. Hetzel teve um papel fundamental na obra do escritor: no texto das viagens extraordinárias, uma coleção de aventuras publicadas em forma de folhetim, o editor acompanhava o trabalho do autor como um produtor de televisão acompanha o trabalho de um autor de novela. Ele próprio era um viajante de marca maior. Além de cruzeiros pelo mar do Norte e pelo Mediterrâneo, atravessou o Atlântico em direção a Nova York, em 1867. Era também um entusiasta do meio de transporte mais revolucionário de sua época: o trem. Em 1880, atravessou a Inglaterra e a Escócia. Durante as viagens, preocupava-se em fazer copiosas anotações que depois serviriam de referência para seus livros. Para o público francês, ler Verne era então a única oportunidade de aventurar-se por uma ficção decididamente incomum.

Era muito minucioso na descrição de cenários. Transportava os leitores dos polos gelados aos desertos africanos, das aldeias da Rússia e da Ásia a nada menos que o centro da terra. Além disso, nas suas narrativas havia referencias as últimas invenções da época, as lâmpadas de arco e fluorescentes, como também as máquinas a vapor, ao telégrafo e ao cabo submarino. Porém, são as projeções futurísticas que surpreendem até hoje. Quando projetou o submarino Nautilus, comandado pelo Capitão Nemo, Verne estava a par do que se publicava, sobre as mais recentes tentativas de se construir um barco submersível.

Se engana quem pensa que, são apenas máquinas que habitam seus livros. Em Vinte mil léguas submarinas (1870), por exemplo, a descrição do fundo do mar, é tão fascinante que o oceanógrafo Jacques Cousteau considera Verne uma das leituras fundamentais de sua infância, indicando-lhe o caminho de explorador dos mares.

De tanto assedio que sofria na capital, optou por se instalar numa magnifica mansão em Amiens, ao norte de Paris, local bastante tranquilo, em seu quarto na da torre da mansão. Outro local preferido era a bordo de seu barco, com o qual ia a Paris, subindo o Sena. Aquele garoto que amava navegar, explorando as ilhas do Loire, renascia e se realizava como capitão do iate Saint-Michel, onde guardava magníficos mapas, livros e revistas. Escrevia dois ou três livros ao mesmo tempo, primeiro a lápis, num caderno onde, só usava a página da direita; a esquerda em branco, era usada para as devidas correções. Os originais mostram que sua redação era fluente e que ele raramente modificava a versão inicial. Levava, em média, seis meses para completar um livro.

Sempre foi considerado um escritor para o público juvenil, sem maiores pretensões, do ponto de vista literário. Eu particularmente o considero um escritor incrível, expressar com a riqueza de detalhes nas quais foram colocadas em suas obras, lugares, objetos, criações qual nem ao menos ainda haviam sido inventadas na sua época, definitivamente, não é para qualquer um. O poeta francês Guillaume Apollinaire (1880-1918) costumava dizer que a grande virtude do estilo de Verne era a ausência de adjetivo. Lembrando que, seus livros foram todos escritos sob contrato e obedecendo a exigências especificas. Considerados como o melhor presente de natal para os adolescentes do século passado, não poderiam ferir, por exemplo, a sensibilidade católica dos leitores ou a de seus pais. A publicação dos capítulos seriados da Volta ao mundo se tornou uma febre. Induziu campanhas de navegação, a lhe oferecer verdadeiras fortunas, para que os personagens fizessem a última etapa em um de seus navios, uma autentica jogada de merchandising.

Era 8 de março de 1886, início da noite, Verne voltava para casa quando dois tiros, o atingiram, felizmente no pé direito. O escritor ainda chegou a ver a silhueta de um homem, com a pistola na mão. Mais tarde, já no conforto de sua cama, enquanto os médicos tentavam inutilmente tirar-lhe as balas do pé, saberia que o atacante era Gaston. O sobrinho preferido, filho do irmão Paul. A família jamais esclareceu adequadamente esse obscuro episódio. Permaneceu a versão de que Gaston havia enlouquecido...será?

Desde então passou a mancar, teve que desistir dos seus passeios de barco, já que perdia o equilíbrio no convés. Foi um golpe duro e Verne jamais se recuperaria dele. Na virada do século, já estava possuído por uma tristeza sem remédio, afinal perdera o mar, o amigo e editor Hetzel e o irmão Paul, por quem tinha verdadeira paixão. Com o filho único, Michel, era severo e pouco afetuoso, talvez por causa do comportamento contestador do jovem, ou quem sabe apenas, repetindo o mesmo tratamento que recebera dos pais.

Intransigente, Verne o mandou para um reformatório e, mais tarde, chegou a denuncia-lo à polícia, para impedir que se casasse com uma cantora de cabaré. Anos depois, gastaria dinheiro para pagar as dívidas do filho pródigo.

Em contrapartida e até mesmo uma espécie de compensação, dedicou muito afeto ao jovem Aristide Briand (1862-1932), a quem conheceu no ginásio onde Michel estudava. Briand (Prêmio Nobel da Paz em 1926) foi incorporado à obra literário de Verne como Briant, personagem principal dos livros Dois anos de férias (1888). Apesar da velhice, não desiste de escrever, seu sonho era chegar a centésima obra, como declarou em 1902. As viagens extraordinárias, somadas às peças, assim como a outros livros, faziam o total, chegar bem próximo da meta.

Mesmo com 74 anos, continua escrevendo pela manhã e lendo a tarde. Como não podia mais ir a biblioteca, os livros vinham a ele. Do alto de sua torre, sonhava com um futuro ainda mais fantástico, que o escrito nos livros anteriores. Nos Senhor do mundo de 1902, cria um veículo, mistura de automóvel barco, submarino e avião. Por que não sonhar? No começo de 1905, publica a história em que o mar Mediterrâneo e o deserto do Saara são ligados por um canal. Para transformar o deserto num grande lago. Júlio Verne jamais chegaria a saber da repercussão que seu livro causou, pois na noite de 24 de março de 1905, aos 77 anos, deitado em sua estreita cama, pediu o volume das Vinte mil léguas submarinas. Não chegou a abri-lo, o livro caiu-lhe das mãos. Perguntara, então pela mulher e os filhos, fechando os olhos em seguida.





Algumas previsões de Verne:

Dá Terra à Lua em, em 1865 e 1969
De todos os seus livros, nenhum deles é tão desconsertadamente profético como em, Da Terra à Lua, escrito em 1865. Depois que os americanos chegaram à Lua, em 1969, os cientistas ficaram impressionados, espantados, porque parecia que Verne havia previsto o futuro, 104 anos antes, o voo dos astronautas Armstrong, Aldrin e Collins na Apolo 11. Tanto Apolo, como a capsula de Verne, levavam três tripulantes. As dimensões das duas capsulas eram aproximadas a uma concha de alumínio, em forma de bala, a de Verne media 4,8 m de altura e 2,7 de diâmetro; a Apolo media 3,7 m de altura e 3,90 de diâmetro. Os locais de lançamento também eram idênticos. Verne escolheu um lugar na Florida, a aproximadamente 27 graus de latitude; cabo Kennedy, de onde partiu Apolo, também fica na Florida, na latitude de 28 graus. A viagem na ficção durou 97 horas, 13 minutos e 20 segundos. Os astronautas americanos, levaram 103 horas e 30 minutos para chegar a Lua. Antes do pouso, as duas capsulas circularam a Lua diversas vezes, observando a superfície do satélite, tirando fotografias. Os homens de Verne chegaram até mesmo, a traçar um mapa do mar da tranquilidade, onde Armstrong e Aldrin fariam seu passeio. Finalmente, ambas as capsulas, desceram no Oceano Pacifico.


Assim no céu como no mar

Júlio Verne previu, que o caminho da aviação seria um aparelho mais pesado que o ar, como a nave Albatroz, da história Robur, o conquistador, em 1886. Com a fuselagem de papel laminado, mantinha-se no ar através de 74 pás giratórias, que lembram exatamente os helicópteros de hoje. Essas hélices eram movidas por motores elétricos, alimentados por uma série de acumuladores. Já O Nautilus, do livro Vinte mil léguas submarinas, de 1870, supera tudo que se imagina e que talvez até mesmo se planejasse na época em matéria de engenharia naval.
Tinha um corpo perfeitamente hidrodinâmico, com 70 metros de comprimento e 8 m de diâmetro, deslocando 8 toneladas. A quilha era de dupla camada, podendo ser enchida ou esvaziada por poderosas bombas. A tripulação respirava ar comprimido, armazenado em cilindros de metal. Uma câmara estanque possibilitava que os mergulhadores entrassem e saíssem do barco, mesmo com ele submerso. E janelas de observação, permitiam fotografar debaixo d’água. Igualzinho a um submarino moderno.




Gostou? Não esquece de visitar o blog e deixar o seu comentário, o curtir valeu?
Até a próxima!

Lindaiá Campos


Fonte: Google, Wikipédia, Super Interessante, Ciência Maluca, O Pensador

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Resenha: Paddy Clarke Ha ha ha

No meu tempo, a maior dose de adrenalina era tocar a campainha e sair correndo antes que alguém me visse. Olha só uma das inúmeras doses de Patrick e seus amigos:

"— Largaram!
Esse foi o último comentário de Aidan.
O primeiro obstáculo era fácil. O muro entre o jardim de McEvoy e da Sra. Byrne. Não havia cerca-viva por cima do muro. Você precisa se concentrar para ter certeza de que havia espaço suficiente para movimentar as pernas no pulo. Alguns de nós conseguiam pular sem tocar o muro de jeito nenhum — eu podia —, mas era preciso um montão de espaço para isso. Atravessamos o jardim da Sra. Byrne, aos berros. Era parte do jogo: tentar ferrar os retardatários, chamando a atenção do dono da casa. Sair da grama, pular o canteiro através do passeio, pular o muro — a cerca-viva. Subir no muro, se equilibrar na cerca-viva, pular no chão do outro lado. Perigo, perigo. O jardim de Murphy, uma porção de flores. Chutar algumas. Rodear o carro. Cerca-vivas antes antes do muro. O pé no pára-choque, pular. Aterrissar na cerca, rolar para o outro lado. Nossa casa, a próxima. Rodear o carro, sem cerca-viva, só o muro pular. Sem gritos, sem folego para gritar. O pescoço cocando por causa das folhas e espinhos na cerca-viva. Mas duas cercas enormes e pronto. Uma vez, o Sr. McLoughlin estava cortando a grama quando pulamos todos no jardim dele. Ele quase teve um ataque do coração.
Subimos o último muro, do Sr. Hanley. Pernas retas. Era muito mais dificil agora. Mortos de cansaço. Pular a cerca, rolar na grama, correr para o portão.
O vencedor!"


Uffa! Acho que já deu para sentir o tanto de adrenalina e energia que esses garotos tem. Patrick e um  menino bastante criativo, com uma imaginação, curiosidade e sede de conhecimentos incríveis!
Muitas de suas brincadeiras são tiradas dos livros, assim como Da telinhas, o nosso protagonista parece se amarrar em um perigo.

Patrick tinha muitas aventuras, uma dela  era bem parecida com uma das minhas travessuras: até os sete anos, eu tomava Mucilon  na mamadeira, (não riam, afinal quem nunca teve algo no qual custara a largar na infância?)
Eu costumava pegar todas as minhas mamadeiras e depois de caçar tanajuras, as colocavas lá dentro, fazendo assim uma fazendinha. O mesmo eu eu fazia, construindo casa de lego para um bichinho conhecido aqui, como viuvinha.

Vamos para Patrick: "abelhas, se pudéssemos pegá-las. Chacoalhávamos o vidro para ter certeza de que a abelha estava zonza, quase morta, ai virávamos o pote de cabeça para baixo antes que ela pudesse acordar. A gente ajustava a abertura do pote para que a abelha caísse bem no meio do buraco feito no piche. Depois a gente empurrava com o palito. A abelha grudava no piche. Ficávamos de olhando. Era difícil de saber se ela sofria. Ela não fazia barulho, nem zunia, nem nada. Partíamos a abelha no meio e a enterrávamos no piche. Eu sempre deixava um pedacinho da abelha para fora para servir de exemplo para as outras. As vezes a abelha se safava.. Nao estava zonza demais quando a gente virava a jarra. Voava antes de cair no chão. Voava antes de cair no chão. Nao tinha importância. Não tentávamos pegá-la. Abelhas podiam matar a gente; não de propósito, só se não tivessem escolha. Vespas eram diferentes. Elas te picavam com vontade. Um cara em Raheny engoliu uma abelha por acidente, ela o picou na garganta e ele morreu sufocado. Estava correndo com a boca aberta e a abelha voou direto para sua boca. Quando ele estava morrendo, abriu a boca para dizer as últimas palavras e a abelha saiu voando. Por isso e que eles descobriram o que tinha sido. A gente punha flores e folhas da jarra para que as abelhas se sentissem em casa. Nao tínhamos nada contra ela. Elas faziam mel.

Qual a sua maior mentira contada só para não ter que comer sua salada quando criança? Rsrsrsrs


"— Um cara foi de férias para África.
— Ninguém vai para África de férias.
— Cala boca.
Quando ele estava lá, comeu salada e, quando voltou para casa, começou a sentir dores no estômago e foi levado para o hospital da rua Jervis porquê gritava de dor — puseram-no num Táxi. O médico nao sabia o que ele tinha e o menino nao conseguia dizer porquê nao parava de gritar por causa da dor; então eles tiveram que operá-lo e, quando abriram sua barriga, acharam um monte de lagartos dentro dele, na barriga, vinte ao todo; tinham feito um ninho. Os lagartos estavam lhe devorando o estômago.
— Você vai comer a salada mesmo assim — disse mamãe.
— Ele morreu — eu disse. — O menino morreu.
— Coma tudo, vamos. A salada foi lavada.
— Mas o negócio que ele comeu também estava.
— Isso e besteira que alguém andou lhe contando — disse ela. — Não devia dar ouvidos a isso.
Quis morrer. Mas queria ficar vivo até papai chegar em casa, ai lhe contaria o que tinha acontecido e depois morreria.
Os lagartos foram postos numa jarra no hospital, na geladeira, para que todo mundo que estivesse treinando para ser médico pudesse vê-los. Todos eles numa mesma jarra. Boiando num líquido que os mantinha frescos."



Sim... Foram muitas aventuras, as de Patrick, seu irmão Simbad e seus amigos, acredito que todos principalmente os garotos, se identificaram confesso ter me identificado com algumas delas...mais quando saber o momento de parar e crescer?
Curioso? Então embarque na história de Paddy Clarke Ha ha ha.


Considerações Finais:

Roddy Doyle ousou recriar a infância de uma maneira soberba e não bastando, o narrador e  Patrick que com apenas 10 anos, e quem nos prestigia contando a sua história, mas não uma história qualquer e sim a sua visão dela. Inspirado em O Senhor das Moscas, livro preferido do escritor e que ele teve oportunidade inclusive de ensiná-lo para seus alunos, faz com que acabe nos presenteando com a mente de um garoto irlandês do final dos anos de 1960. O Senhor das Moscas segundo o escritor, se tornou o enredo da sua vida e uma fonte de inspiração ousada: em O Senhor das Moscas e a ausência de adultos; em Paddy Clarke Ha ha ha e a presença deles.

Vocês devem está se perguntando porquê a minha resenha está tao fora do meu tipico padrão atual, intenso, desordenado. Assim como a mente de Patrick.

Os distúrbios causados entre uma criança que convive com a violência, o desejo de proteger, em vão.
Se você acha que irá encontrar neste livro uma narração, estruturação comum, prepare-se, pois está obra, vencedora do prestigioso Man Booker Prize de 1993, nos traz muito mais do que aventuras de crianças, muito mais do que nos transportar para lá ou para nossa própria infância, Paddy nos faz refletir o que uma família desestruturada pode fazer com a cabeça de uma criança.


Lindaia Campos

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Vitrine: Quem foi Arlequim, Colombina, Pierrot, grandes protagonistas do nosso caranaval



Olá galera, como estão?


Fevereiro chegou, e com ele vem trazendo uma das festas mais populares do mundo, o carnaval.
Essa é a época em que podemos ser o que quiser. Adornos tiram o costumeiro tédio das ruas, transformando a população de determinadas regiões em personagens clássicos ou altamente criativos e ganhamos um feriado de liberdade colorida. Mas vocês sabem de onde vieram os primeiros que surgem acredito que na mente de todos?



Bom, os ícones mais tradicionais dessa folia nasceram muito longe do nosso Brasil. Entraram na festa e permaneceram, de maneira confortável, testificando nossa fama de hospitaleiros, dando ainda mais motivos para brilhar nos dias que antecedem o real inicio do ano.

Pierrot, Arlequim e Colombina são personagens de um estilo conhecido como Commedia dellArte, nascido na Itália do século XVI. Integrantes de uma trama cheia de sátira social, os três papeis representam serviçais envolvidos em um triangulo amoroso: Pierrot ama Colombina, que ama Arlequim, que por sua vez, também deseja Colombina, O estilo surgiu como alternativa à chamada Commedia Erudita, de inspiração literária, que apresentava atores falando em latim, naquela época uma língua já inacessível à maioria das pessoas. 

Assim, a história do trio enamorado sempre foi um autentico entretenimento popular, de origem influenciada pelas brincadeiras de carnaval.  As histórias apresentadas nas ruas e praças italianas eram nada mais do que encenações das histórias da vida dos poderosos de então. Para isso entravam em cena muitos outros personagens, além dos três mais famosos.

Do lado dos patrões, por exemplo:

 Havia um comerciante extremamente avarento chamado Pantaleão;
Um intelectual pomposo o Doutor;
E um oficial covarde, mas metido a valentão o Capitão;

Outros personagens típicos eram o casal Isabella e Orácio (em geral, filhos de patrões) e outros serviçais. Apesar de obedecerem a um enredo predefinido, as peças tinham a improvisação como ingrediente principal, exigindo grande disciplina e talento cômico dos atores, que precisavam responder rapidamente às novas piadas e situações criadas pelos colegas.

"Até hoje, a Commedia dellArte é um método de grande riqueza para o aprendizado e o treinamento do ator", afirma alguns atores e atrizes, formados pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Commedia dellArte pela Universidade de Bolonha e Florença, na Itália. Um detalhe interessante é que sempre havia, no meio do espetáculo, um intervalo chamado lazzo, que podia ter mais comédia, apresentar acrobacias ou sátiras politicas sem nenhuma relação com o enredo. Terminado o lazzo, a história continuava do ponto em que havia sido interrompida. Esse estilo único, a Commedia dellArte influenciou a arte dramática de nada mais, nada menos, que de toda a Europa


Vamos agora conhecer um pouco mais individualmente de alguns personagem:


Pierrot

Seu nome original era Pedrolino, mas foi batizado, na França do século XIX, como Pierrot e assim ganhou o mundo. O mais pobre dos personagens serviçais, vestia roupas feitas de sacos de farinha, tinha o rosto pintado de branco e não usava máscara. Vivia sofrendo e suspirando de amor pela Colombina. Por isso, era a vitima preferida das piadas em cena. Não foi a toa que sua atitude, sua vestimenta e sua maquiagem influenciaram todos os palhaços de circo. O Pierrot é o palhaço melancólico, magoado por ter sido trocado pelo Arlequim. 
Sua característica mais marcante é a ingenuidade. Muitas vezes é representado como louco, distante do universo real. Com roupas largas, muitas vezes em preto e branco e a clássica maquiagem com uma lágrima preta sob o olho.


Pantaleão

O mais conhecido dos personagens patrões, que representam a elite da sociedade italiana nas histórias da Commedia dellArte, Pantaleão (também chamado de  "O Velho") era um "mercador Veneza" (expressão que se deu titulo a uma peça de Shakespeare). Tirano e galanteador desajeitado, era alvo constante das gozações dos servos e de outros personagens da trama.



Arlequim

O Arlequim surgiu primeiramente com a função de divertir as pessoas durante os intervalos do espetáculo, porem foi ganhando expressão, chegando a fazer parte das estórias. Sua popularidade o incorporou aos personagens da comédia. È cínico, gosta de festas, arranja brigas, também servo de Pantaleão, era um espertalhão, preguiçoso e insolente, que tentava convencer a todos da sua ingenuidade e estupidez, um tipico malandro.
Depois de entrar na cena saltitando, deslocava-se pelo palco com passos de dança e um grande repertório de movimentos acrobáticos. Debochado, adorava pregar peças nos outros personagens e depois usava sua agilidade para escapar das confusões criadas. 
Suas roupas, bem coloridas com estamparia em losangos, ganharam as ruas do carnaval brasileiro através dos blocos, sobretudo de Pernambuco. 


Colombina

Na comédia italiana, ela é a protagonista. Companheira do Pierrot e amante do Arlequim, a Colombina é um personagem de peito aberto. Fútil, bonita, namoradeira, alegre, esperta, sedutora e volúvel. 
Criada de uma filha do patrão Pantaleão, mas tão bela e refinada quanto sua ama, Colombina era também o pivô de um triangulo amoroso que ficaria famoso no mundo todo, se tornaria inesquecível-de um lado, o apaixonado Pierrot; do outro, o malandro Arlequim. Para despertar o amor desse último, a romântica serviçal cantava e dançava graciosamente nos espetáculos, anda pelas ruas em busca do Arlequim.



No Brasil, a estória disseminada é a de Pierrot, um apaixonado e sonhador, está perdidamente apaixonado por Colombina, uma moça simples, empregada de uma dama, e apaixonada por Arlequim.

Esse matreiro, malandro, adora travessuras, é invisível, somente é visto por idosos, damas novas de boa educação e crianças. Ou pode ser visto de relance pelas damas, quando lhes rouba um beijo, deixando Colombina enciumada, fazendo-a aprontar alguma ao Arlequim ou à moça beijada.

O Arlequim costuma dar o seu coração às belas damas, que quando o comem se tornam o próprio Arlequim. O objetivo do Pierrot é capturar esse coração, porém sempre falha devido aos intentos de Arlequim. 

Esse é um breve relato sobre a estória desses personagens tão conhecidos do nosso carnaval. Porém vemos hoje que o sentido da arte e do romantismo se perdeu durante os anos, tornando infelizmente o Carnaval uma festa banalizada e puramente comercial. 



Bom, como podemos ver, nesse triangulo amoroso é recheado por personalidades fortes e entre todos aparentemente o pior é o Arlequim....será? Alguma vez você já parou para pensar no outro lado da história? 




Na verdadeira história do Arlequim?
Nós pensamos, e trouxemos ela para vocês.




A verdadeira história de Arlequim


Arlequim era dono dos sentimentos mais puros e sinceros.

Apaixonado por Elisa- a menina dos seus sonhos – vivia pelos cantos, triste, pensando numa maneira de conquistar a garota que se tornara seu grande amor.

 Elisa por sua vez, era apaixonada por Ramon, fez de Arlequim um grande bobo da corte, desprezava todo e qualquer sentimento que viesse do rapaz, de olhares sinceros a palavras apaixonadas.

Arlequim sofreu muito ao ver seu amor, seu grande e único amor, ir embora com outro. Sofreu tanto que prometeu que daquele dia em diante ele seria “o outro”, colocando todo o sentimentalismo de lado, se entregando inteiramente ao prazer.
Passara a colecionar paixões, como quem colecionava paixões como fazia com seus livros, afinal, paixão, livro, tudo era igual para um Arlequim de coração machucado.
Saia com elas, paixão intensa, momentânea, em seguida descartava-a, tornando-a assim mais um suvenir na sua estante, assim fazia com todos os livros nos quais já conhecia a história.
Quantos corações destruídos? Nossa! Até já se perdera na conta.
O novo Arlequim, “o grande indomável Arlequim”, “o colecionador de mulheres”, prometera nunca mais se apaixonar, que jamais em tempo algum, entregaria seu coração a uma mulher alguma, não iria amar ninguém e ponto final. Carregava a imensa certeza de que ninguém era merecedor do amor que trazia consigo.
Ah meu querido e jovem Arlequim...deveria saber que algumas promessas são praticamente impossíveis de se cumprir.
O destino sendo um eterno brincalhão que sempre fora, acabou por cruzar os caminhos entre Arlequim e Colombina. Ele a amava e sabia que ela correspondia, foi amor à primeira vista. Ela havia se tornado o motivo que faltava para a voltar dos olhares sinceros, das palavras de amor. Colombina apesar de sentir o mesmo por seu Arlequim, havia o seu Pierrot, seu doce e romântico Pierrot, causando dentro si um interminável conflito.
Só ela sabe, o quanto desejou unir o que ela mais amava de cada um separadamente, em um só. Era apaixonada pela alma de Pierrot, pelo olhar distante e a vida de sonhador que trazia consigo.
Assim como, o prazer que sentia na presença de Arlequim, com a felicidade e alegria que contagiava o ambiente em qualquer lugar que se encontrasse, a encantava esmagadoramente.
Não podia perder essa nova chance de ser feliz, Colombina era uma mulher de alma pura, merecedora – a única – a quem pertencia seus sentimentos mais puros. Não poderia mudar o passado, já que nem sua promessa feita fora capaz de cumprir, mais via em seu presente uma esperança de futuro.
Após um intenso longo tempo, o triangulo teve um fim. Pierrot sofreu muito, ao ver seu amor ir embora com outro, ir embora com Arlequim. Se tornou cabisbaixo, triste, melancólico e de tanto chorar, uma lágrima fixou-se em seu rosto, fixando-se assim, sua eterna tristeza.
Mais ele – Arlequim – ao se dar conta, prometera ser outro e essa era uma promessa que tinha certeza que iria se cumprir. Era sua vez de ser feliz, a vez de ter em seus braços a mulher de seus sonhos.
Pierrot, meu doce e romântico Pierrot, não culpe Arlequim por tirar Colombina de seus braços, de transformar seus dias em noites de tempestades.
A culpa não fora dele, apenas foi atrás da felicidade que um dia, Elisa lhe roubou.


Lindaiá Campos

Fonte: Google, Wikipédia, Mundo Estranho, Um pouco de cultura